terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Carta para amor perdido


Rua do destino, 17 de Dezembro de 2013 

Para ti que te esqueci, algures no meio de uma pausa para café 


Não sei porque razão apareceste na minha vida, nem sequer sei porque razão quis o destino colocar-te nela. Mas aqui estás algures nas minhas memórias, no meu passado. Apareceste de repente e nem se quer me pediste para entrar, não avisas e ainda me destróis o coração. Não é justo! 

Não era suposto apareceres quando eu sabia que tinha uma outra pessoa incrível do outro lado da montanha à minha espera... 
Mas também não era suposto teres feito as promessas que me fizeste e depois não cumprir uma única. Amar é muito complicado, sabias?! Eu sei que também sofreste, o amor é assim mesmo. Fácil amar, difícil esquecer. Mas ninguém te disse que tinhas de me deixar nesta confusão. Se calhar o destino escolheu-te para eu saber que há amores assim, que se ganham rápido e se perdem fácil. Que magoam mais do que muitos outros passados. Que começam num sábado à noite e acabam exactamente num outro dia igual.  
Escrevo-te não para que sintas a minha falta, não para que penses que ainda gosto de ti, não para sentires algum tipo de culpa pelo que me fizeste, escrevo-te para ficar uma boa parte de ti no meu passado, escrito, para que de algum modo não seja apagado.  
Amor, não sei porque te deixei perder, provavelmente é porque assim tinha de ser. Custa-me acreditar que tudo aquilo, amor, foi fingido. Que os teus olhos, amor, mentiram cada olhar trocado, cada palavra dita, cada silêncio. Mas os olhos não mentem, pensava eu. Enganei-me. 
Que o mundo te dê coisas boas, que o teu amor de hoje, seja o teu amor de todos os dias. Não quero que te percas, amor. Eu já me perdi de mim, já me perdi de ti, amor.Não gostei da sensação.
Guarda nas pedras da calçada, na estrada de alcatrão, nas ruas da cidade, nas estrelas do céu, nos sítios que passaste, na rua da minha casa um amor que perdi. E que tropeces em algo grande, não em tamanho mas em conteúdo, que te roube essa dor e te traga o amor, o amor que te fugiu por entre os dedos. Porque, "melhor do que tu procuras é quem tu tropeças". 
Relembro-te assim. 


De uma desconhecida, conhecida de outros caminhos, 
P. 







P.S: Isto refere-se a um encerramento de post's que tenho vindo a escrever, a uma história que acabou algures no outono. Mas não tem a ver com os post's "travel heart".

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