sábado, 18 de abril de 2015

O fim desta vida de Caloiro.




Pois bem, sei que já não escrevo há imenso tempo, mas esta vida anda uma maluqueira. Esta vida de caloiro não é fácil, diga-se, mas sem dúvida que é a melhor parte da Vida Académica. 
Praticamente ando nesta vida, como reles bicho da Nobre Academia de Vila Real, há sensivelmente 8 meses... Na passada quarta-feira passei de Bicho a oficialmente Caloira! É incrível como me causa tanta saudade ver o fim este ano cheio de pessoas, sítios novos, amizades, desilusões, aprendizagem, luta e determinação. Passou tudo muito a correr, mas aproveitei a viagem ao máximo que consegui. 
Na semana passada tive o julgamento e por fim o Baptismo. A Queima está quase aí à porta e eu nem quero acreditar que já estamos no fim...O tão esperado momento, desde o primeiro dia que entrei no Ensino Superior, que me aguentei, diverti, orgulhei, berrei na praxe, o bem trajar! Vestir preto ao lado de quem me guiou neste ano lectivo, de quem me adora e merece a minha amizade. O traçar da capa nesta próxima quinta-feira, a choradeira que vai ser, a saudade a apertar, o orgulho ao azul e amarelo! 
Por tudo isso, venho aqui deixar um excerto da carta referida à pessoa mais importante que conheci em Vila Real, o meu Padrinho Académico! 

«Lembro-me do primeiro dia em que entrei lá, que julgava-me assustar pela imensidão do edifício, mas afinal foi o contrário. Do susto que foi ver os Doutores todos, com um traje diferente do que estava habituada a ver, dos diferentes símbolos, daqueles seres todos alinhados vestidos todos com “A” camisola amarela, mais novos, inseguros de si e de todos os seus medos daqueles outros seres, mais velhos, com ar imponente, vestidos de preto.
 (...)
Começamos a falar mais na praxe e soube que você também era bifásico e melhor dos melhores, que tinha estado no seu ano de caloiro na ESTSP, na primeira fase. Paneleiro ou não, achei isso como um sinal do “destino”, que me colocou alguém decente no caminho, alguém que me lembra a minha casa, que me lembra o meu belo Porto e tudo o que de melhor conheci e trouxe das primeiras duas semanas de praxe da primeira fase na ESTSP.
         Uma vez li “é muito esquisito, você encontrar a felicidade justamente no lugar que você julgou que não iria” e eu sabia, tinha uma certeza dentro de mim de que Vila Real nunca mais me traria qualquer tipo, mesmo que ínfimo, de felicidade. No entanto lá está, caí eu de paraquedas, sem nada que me amparasse, nada que me mantivesse em suspensão, não havia nada que me curasse as feridas, os hematomas e as dores de coração que eventualmente ocorressem... O amor que tenho hoje por aquela cidade é enorme, consome-me a alma. Não sei se por ordem do destino, se sem razão aparente ou se somente por acaso, lá caí, lá o conheci e lá me conquistou!
     (...)
É uma pedra preciosa, uma jóia rara que teimam em destruir. Não é de ferro nem de aço, ninguém é, mas aguenta-se mesmo que doa, que corroa, que sangre, que fira é você contra o mundo e eu seguro-o juntamente consigo.
     (...)
     Espero que aquilo que a praxe uniu dure para sempre, digo-lhe sinceramente – eu raramente uso a palavra sempre, por isso note a importância do que disse. 
              (...)
Foste a minha melhor escolha, sei que não me arrependerei eu nunca da decisão que tomei. És realmente o meu protector, o meu guia, o meu anjo da guarda, nesta vida académica bem como na minha formação como pessoa. Apesar de seres mais novo que eu, mostraste-me ter a maturidade, a inteligência, o carinho que eu precisava.
Um obrigado não chegará para te agradecer por tudo aquilo que tens sido comigo e a confiança irrevogável que colocas em mim todos os dias.
             (...)
Que eu seja sempre capaz de te ter na minha vida e, principalmente que o mereça!»

E agora que a praxe acabou, vejo tudo aquilo que ela me deu, tudo o que ganhei e preservo! Por tudo isto e mais alguma coisa, Obrigada Vila Real, Obrigada UTAD, Obrigada Padrinhos e Obrigada Praxe!

DURA PRAXIS SED PRAXIS!