domingo, 28 de outubro de 2012

Tudo para dar certo mas deu errado*

Porto à vista, 28 de Outubro de 2012 
Um dia disseste-me que a melhor arma e  o melhor escudo é o amor e que, por isso, não te importavas quando andávamos em guerra. Porém a arma gastou-se, o escudo perdeu-se e a guerra terminou de forma dramática, pelo menos para mim. Desde então permanecemos de costas voltas e agora consigo ver a falta que me faz o Tratado de Paz que nunca foi oficialmente assinado. Pensei um dia, por momentos, que voltaríamos a ser aqueles soldados que, embora em legiões opostas, combatiam num só sentido, por impossível que pudesse ser. Não passou de um pensamento... não foi além do desejo, ou se calhar até foi mas apenas por minutos. Tínhamos tudo para vencer a guerra mas acabamos por perder as batalhas mais importantes. Talvez se tivéssemos unido forças, fosse diferente. Talvez sim, talvez não. 

A vida não se faz de "Se's" nem de "Porquê's". O tempo vai passando e as cicatrizes ficam cada vez mais suaves. As feridas há muito que se curaram. As dores desvaneceram. A memória cisma  em não esquecer. Sinto que te preciso de ver. Sentir o mesmo que senti em tempos. Penso que foi tudo em vão, nada ficou e tudo permanece. Foi um fim injusto, com conflitos ridículos. Eu foi parva, admito que sim. Tu não foste muito melhor e sabendo o que sabias deverias ter-me chamado à atenção. Tinhas esse dever, esse direito. Conhecias-me tão bem que deverias ter visto que algo de errado se passava. Aquela reação não era habitual, o meu afastamento não era a solução. Também agiste mal. A culpa é, essencialmente, do orgulho que ambos temos. Porque somos tão orgulhosos?! 
Os planos que fizemos ... esses planos ainda me põem um sorriso parvo no rosto. E sabes porquê? Fácil de explicar. Era sonhos partilhados que, juntos ou separados, um dia iremos realizar. Lá no fundo, bem no fundo, acho que é possível que alguns ainda os concretizemos em conjunto. 
Acima de tudo, estão as saudades da nossa amizade que se coloria mais quando o sol se punha, que  nunca adormecia, que perfumava o ar e flutuava pelo mundo, o nosso mundo. 
Sinceramente, estas palavras comparadas com as que fomos dizendo/escrevendo um ao outro, não fazem sentido, são fúteis. Ao lado das tuas, valem pouco. Afinal, o talento é teu, não meu. Fica tanto por dizer propositadamente. Esse tanto será dito face to face no dia em que ambos compreenderemos que isto não passa de uma imbecilidade de jovens adultos. 
Termino com um "Até segunda-feira" mesmo que seja lá longe, um longe tão distante como meros metros que sem barreira nos proíbem de agir.  

Beijinhos saudosos e esperançosos,
M.


"Se nos completarmos um dia peço-te para que não desfaças o puzzle. 
Já que foi tão perfeito montá-lo porque não apreciá-lo?"

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