sábado, 13 de outubro de 2012

Talvez todos mereçamos uma nova oportunidade

Porto à vista,  13 de Outubro de 2012

Olá, Abelha Rainha!
Se me perguntassem se alguma vez te escreveria, seria claramente seca a minha resposta - "Não, para ti nunca". Pois é, "nunca digas nunca". A vida dá voltas e voltas e quando só quando somos mais maduros é que compreendemos o significado dessas voltas. Se ontem estava de costas voltadas para ti por razões que bem conheces, hoje vejo-me obrigada a conviver contigo. Não sei se a falsidade domina os nossos dias. Também não é isso que me está a incomodar. Já incomodou, agora é, de certo modo, indiferente. 
Estás mais divertida, simpática e, acima de tudo, profissional. Não fosse o passado e eu até te chamaria de amiga. É esse passado que me condiciona e, atendendo ao tempo que convivemos, julgo que sabes que não gosto de deixar assuntos por resolver. Já desde o início do ano letivo que pondero conversar contigo, só não encontrei a forma certa de te abordar. Por um lado, tenho receio de ser demasiado cruel (bem que merecias). E, para complicar mais, falta-me o timing ideal. 
Poderia dizer-te o assunto da conversa. Não o vou fazer. Reflete, lembrar-te-ás de todo o mal que me fizeste e das injustiças que cometes. Não sou, nem nunca fui, metade daquilo que pintavas de mim com pinceladas tão suaves que só quando borraste completamente a pintura é que me apercebi da pessoa que estava por trás do teu rosto. 
Abelha, não tenho certeza se esta conversa resolverá os nosso problemas mas certo é que só assim ficarei tranquila. Talvez mereças uma segunda oportunidade. Talvez te a dê. Contudo, lembra-te que não necessitas de mentir, trair e acusar alguém para te afirmares num grupo. Se tivesses agido de forma diferente, não te sentias inferior a ninguém pois é só essa a justificação que encontro.
Até já,

Beijinhos
M. 


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