sábado, 26 de maio de 2012

Sociedade Patética que torna-os Patéticos


Já não é a primeira vez que falo disto aqui e alerto para o facto de não ser a última. 
Estava almoçar e fiquei perplexa com a reportagem que estava a passar no Primeiro Jornal (SIC). Umas jovens andaram por Lisboa durante 40 dias à procura de idosos. Encontraram imensos, claro está, e mais claro deveria estar o facto de a grande maioria necessitar de ajuda. Não têm que comer,  não têm as mínimas condições de higiene, não têm companhia, não têm uma pessoa que se preocupe com eles e lhes dê o carinho que tanto merecem. Foi triste ver muitas mulheres e homens que já lutaram por tanto e agora têm tão pouco. Que foram abandonados pelos filhos e vivem no limiar entre a vida e a morte. Confesso que me vieram as lágrimas aos olhos ao ver e ouvir a história de uma senhora que estava sozinha numa casa, se é que se pode chamar casa aquilo, e não tinha água potável, comida ... É preocupante e, pior que isso, não fazemos nada para mudar a situação. Naquele momento apenas me ocorreu uma imagem, a imagem da minha tia-avó com 94 anos. 
A minha Belinha é uma senhora que ficou viúva quando ainda consegui passear por tudo quando era lado e fazer todas as suas lides, tinha ela cerca de 83 anos. Com a morte do meu Nequinha, foi-se muito abaixo. Adoeceu. Teve três AVC's e esteve várias vezes internada devido a problemas de tensão baixa. Longe de nós, abandoná-la. Nunca teve filhos. Os sobrinhos e sobrinhos-netos foram sempre como filhos para ela. É uma senhora linda com os seus cabelos brancos. Pequenina desde que me lembro. Sempre com um olho azul brilhante e um sorriso nos lábios. Todos nós cuidamos dela com carinho e amor. É a nossa bebé em ponto maior que merece toda a nossa atenção para evitar novos problemas. Orgulhamo-nos de ainda ter entre nós e todos os dias damos-lhe mais um pouco do que temos para a ver feliz.  
Questiono-me: Porque não é assim com todos os nosso velhinhos*?  
M.

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