quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Uma questão de orgulho!



- Pediram-lhe para falar dele. Parou no tempo e viu que pouco ou nada sabia mas esse pouco ou nada eram suficientes para uma descrição um tanto ou quanto complexa.

"Ele é o ser mais estranho à face da Terra" - disse ela com todas as certezas.
"A sério?" - questionaram-na rapidamente
"Sim... Acho que sim. Aiii sei lá! Temos mesmo que conversar sobre isto?" - começou a ficar irritada.
"Não estamos a falar de um simples 'Isto'. Estamos a falar de quem te coloca esse brilho no olhar!"
"Brilho no olhar? Tu estás bem dessa cabecinha? Olha agora esta ..." 

Começava a tremer. Sabia que tudo o que tinha sido dito pela amiga era verdade. Não o queria admitir. Não o podia fazer. Era tudo tão precoce.

"Anda lá. Conta-me. Eu conheço-te. O que achas dele?" - insistiu.
"Já te disse! É um indivíduo com o qual tenho falado. Cheguei à conclusão que é um ser estranho mas agradável, divertido, culto, simpático, perspicaz, preocupado, sentimentalista, gentil, com capacidades extraordinárias,...! " - respondeu ela a suspirar.
"Pronto. Confirmada a minha suspeita. 'É o ser mais estranho à face da Terra' que mal conheces mas que descreves com todo o carinho e que te faz suspirar." - concluiu
"Deixa-te de coisas ! Ele é encantador mas não passa disso. É um rapaz mentalmente crescido que suscita interesse mas que nunca será o que estás para aí a pensar."
"De estranho já vamos em encantador! Continua, começo a gostar." - Respondia enquanto ia rindo.
"Já estou a ficar cansada do tema. Estás a testar-me, estás a obrigar-me a dizer o que eu não quero." 

A irritação começava a ser óbvia mas a insistência era maior por parte da sua amiga.

"Já reparaste bem naqueles olhos?" 
"Claro que sim. São tão lindos. A cor..."

"A cor... A cor o quê? "

"Já percebi o que queres. Mas não vou por aí! Vou embora."


"Eih calma. Estou a brincar (a falar a sério) mas aceito terminar por aqui. Sei que vais admitir que eu tenho razão, mais tarde ou mais cedo, quando colocares o teu orgulho de parte. Fica só a nota que adoro vos ver a conversar!"

"Adoras? Porquê?"

"Agora interessa-te a conversa. Gosto porque os vossos olhos falam, porque os vossos sorrisos comunicam. É intenso. As palavras podem não valer nada mas o momento é vivido. Podem ser ditas as maiores mentiras pela voz. O resto "fala" por si só a verdade!"
"Menossss, muito menossss, sim?
Uns meses não chegam para criar tamanha cumplicidade!"


"Acredito que quando as pessoas certas aparecem no momento certo, uns segundo chega para que um destino se trace. Uma relação se crie."

"Fiquei sem palavras!" 


Ela estava a gostar do que ouvia. Era uma sinfonia perfeita. Cada letra soava tão bem e era tão verdadeira! No entanto, o orgulho mantinha-se.


"Vê lá se não és tu que estás apaixonada. Essas frases bonitas..."

"Não, eu não estou. Tu estás. Conheço-te tão bem que 'topo' a léguas de distância"

"Tenho de ir."
"Não te escapas. Terminamos noutro dia. Adeus!"


Despediram-se e foi ela para casa pensando naquele que lhe fazia os olhos brilhar, o sorriso se instalar, o coração saltar e a mente sonhar! -


"Façam o favor de serem felizes"


M. (feliz)

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