O corpo é já apenas e só substância, a cabeça pesa-me como um pedra, e o coração está mais leve e vazio por dentro que um presente já aberto.
Gostava que neste Natal me pudesse sentir mais "cheiinha" cá dentro que ouve-se uma presença, mesmo que efémera mas que existisse. Aquela presença que já não tenho há algum tempo, um tempo que já mostra a solidão a apertar, mesmo que eu teime em não a querer.
Acho que já a aceito tão bem e que sismo tanto com o "eu estou muito bem assim!", na verdade não estou nem um bocadinho. Por isso queria pedir neste Natal que uma pequena presença se notasse, não a da família - que esses estão sempre cá apesar de tudo e mais alguma coisa - mas queria aquela presença que me faz tirar um bocadinho os pés do chão, já que eu gostaria de aprender a voar e quem voa aqui é mais o meu pensamento e não eu.
Solidão, eu sei que gostas de me fazer sentir mal por tanto insistir em que estar sozinho nos faz bem, nos faz pensar e viver mais a vida, mas não gosto de estar necessariamente S-O-Z-I-N-H-A, é bom termos aquela pessoa especial, aquela que nos faz rir quando pensamos nela, aquela que quando me deito sei que me está a desejar boa noite como eu a ela, que apenas com um sorriso me mostra "esté tudo bem" e que me sabe olhar nos olhos, uma coisa que hoje em dia se faz pouco.
Talvez o próximo ano se revele ainda melhor que este, é apenas aquilo que desejo!
P.
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