Sentados a uma mesa do café da esquina, discutíamos o que iríamos fazer no nosso futuro. Planos e mais planos! Cada segundo das nossas vidas já estava ocupado e teríamos de cumprir uma série de regras para que nenhum daqueles planos falhasse. Agora penso: serão esses planos o que realmente queremos para a nossa vida?
Sinceramente, acho que não. Planeamos a vida porque gostamos de saber que esperar e para esquecer por momentos que o futuro não é previsível. A vida é tão pouco previsível como nos apaixonarmos.
O amor foi a causa desta minha reflexão.
A minha avó costuma dizer " Olha os estudos e depois pensas nos meninos. Ainda és jovem para te apaixonares!". Será que se não conciliar os estudos com as paixões de adolescentes não perco um verdadeiro amor?
Terminar um curso (muitas vezes só para dizer que se tem um canudo, ter uma habitação, um carro, um emprego garantido, roupas das melhores marcas, jóias em abundância e sentir-me vazia porque não tenho com quem partilhar o meu dia, os meus problemas, o meu carinho é o que, por vezes, dá o futuro de quem tanto planeia a vida e não é capaz de dizer "Hoje não é assim. Vou quebrar regras, vou fazer o que me apetecer sem seguir uma agenda!"
Na vida, têm de existir momentos em que simplesmente possamos nos apaixonar pelo que está à nossa volta, pelas pessoas que queremos nosso amor e acima de tudo VIVER.
Estar vivo não é sinónimo de viver.
A vida é demasiado curta para não a aproveitarmos!
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