Caí aí de paraquedas. E eu nunca tive aulas de voo, apesar de ser um sonho meu. A cada dia que passa me habituo mais a ti, aos teus raios de sol sobre o Alvão que eu consigo vê-los logo de manhãzinha. Ao frio gélido de manhã em que me custa sair da cama. À beleza das ruas cobertas de folhas e mais folhas. Ao teu rio. Até já me habituei a andar de autocarro que era das poucas coisas que não gostava em ti. Afinal conseguiste me surpreender de uma maneira que eu nunca achei possível, pelo menos não agora. Já tive vontade de me vir embora, de desistir e vir para casa. Acho que todos temos esse momento quando nos encontramos fora de casa e não temos os nossos amigos, o aconchego da nossa casa, da nossa rua, de eu apanhar o comboio de manhã, de ir ver o meu belo Porto, de estar onde outros seres estão e de não me querer perder.
Em ti já encontrei bons amigos, já descobri pela décima vez - se não for mais - que este mundo é demasiado pequenino e que há sempre, mas sempre uma ligação, um amigo em comum, qualquer coisa que te liga aquela pessoa. Que quando menos se espera algo nos acontece, alguém nos aparece e eu estremeço.
O meu padrinho de praxe disse que eu era capaz de escrever um livro, e eu só pensei, nem você sabe da história a metade... Tinha imensas saudades de casa, mas ao mesmo tempo já tenho saudades tuas, bila!
Que sejas como a minha segunda casa, pois seis que quererás subir de posição e tornar-te na primeira.