Faz tempo que não me dedico a vir visitar-vos, não por não querer,
mas sim por falta de disponibilidade e a minha vida já há muito que deixou de
ser o que era. Com a vinda do estágio e tudo mais tempo é das coisas mais escassas
que tenho, mas uma vez que estou de férias decidi dar aqui um saltinho.
Como há uns belos meses que não sabem nada de mim, posso
começar por dizer que me reconstruí! Parece que chegou a minha vez de ser
feliz. Foi talvez, se não mesmo o melhor até hoje, acaso que a vida me deu.
Este segundo ano de universidade trouxe com ele uma pessoa incrível que
andava por aí nos bons momentos da vida académica na bila. Foi capaz de colocar
todos os meus pedaços que andavam perdidos pelas ruas da calçada devidamente no
lugar a que pertenciam.
Voltar a erguermo-nos não é tarefa fácil, processo demorado, minucioso que dispõem
de muita força de vontade por parte do lesado. Houve momentos que pensei que
não conseguisse em tão pouco tempo voltar a ser eu. Porém há pessoas que aparecem
na altura exata, por acaso ou pelo destino ou por outra coisa qualquer, na altura certa sem se aperceberem.
Atrevo-me a dizer que encontrei o melhor desta minha vida,
apesar de curta. Há mesmo pessoas que nos preenchem, que fazem a vida ter mais
sentido, que nos dão vontade de saltar fora da cama ás tantas só para nos darem
um beijo de boa noite, pessoas que nos aquecem o coração, a alma e o
corpo. Pessoas por quem vale a pena
viver, dar e receber. E o amor é nada mais que isso, dar e receber. Fazer o
outro feliz!
Sei que será quase impossível um dia te agradecer por tudo
aquilo que fizeste por mim e aquilo que me fazes ser contigo.
São tempos difíceis este que nos encontramos, mas eu sei que vamos superar.
Talvez eu seja mesmo mais fraca, custa-me mais, doí mais, mas sem sacrifícios não
vale a pena viver. Que apesar desta distância temporária que saibas sempre onde
está o teu porto seguro, e aconteça o que acontecer, lá ou aqui, estou sempre
contigo. Lembra-te sempre disso.
Com amor,
P.