Não
sei mesmo de todo como começar isto. Talvez porque nem me lembro bem como isto
surgiu, como começou, o que me suscitou interesse na tua pessoa. Acho que foi
apenas o teu jeito de estar no meio de nós, a forma como sorris – e que sorriso
bonito tu tens, god… - também pelo teu olhar intenso, lento, confuso, dos teus
olhos castanhos quase negros. Continuo hoje sem saber porque me causaste este
sentimento, esta coisa que anda aqui a crescer e eu juro-te que não sei porquê…
já não há ligação, afastei-me. E por muito perto que eu tentasse estar tu sabes
que não merecias, porque não sabes o que queres ou talvez mesmo só porque tens
um medo avassalador e eu sou um pássaro livre.
Tens
o dom da palavra. Sabes-me confundir melhor do que qualquer outra pessoa. Sabes
como me olhar, e já há muito que não encontrava alguém que me soubesse olhar.
Talvez esteja a exagerar porque gosto de ti, ou talvez não, não sei bem – cá estou
eu a confundir-te, as always – tens contigo pontos fortes, tens uma alma pura,
mas não te modifiques por favor, não o faças! Sei que eventualmente saberás do
que falo, mas não mudes, sê tu mesmo, mesmo que não me ligues mais para tomar
café, mesmo que já não falas comigo regularmente, mesmo que não compres uma
tablete inteira de chocolate, porque és viciado, e deixes metade para mim,
mesmo que não me dês um beijo na testa de todas as vezes que nos despedimos,
mesmo que não me mandes mensagem a perguntar se estou bem todas as sextas ao
final do dia. Mesmo que já não faças mais isso e eu te ignore, não mudes!
Afinal foste tu que me disseste que és tu próprio e que não andas cá para
agradar ninguém. Lembra-te: que “o que para uns consideram defeitos para mim
são qualidades.”